quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
O Sagrado...e o Profano
As deusas do amor e da paixão, algumas, também, da fertilidade são: Inana (Sumária), Istar (Babilônia), Isis ou Hátor e Bastet (Egito), Astarte (Fenícia), Afrodite (Grécia) e Vênus (Roma). A deusa do amor e a prostituta sagrada são dimensões do princípio de Eros. A deusa e a prostituta sagrada são arquétipos e, por isso, não podem ser integradas totalmente; apenas aspectos parciais chegam à consciência.
A prostituta profana, ao contrário da sagrada, tinha uma vida difícil e era representante do lado negativo da sexualidade feminina.
A prostituição sagrada era um ritual do matrimônio sagrado, onde feminino e masculino se uniam sem qualquer preponderância, era a união da espiritualidade e da sexualidade. Já a prostituição profana declarava a separação absoluta da sexualidade e da espiritualidade.
Com a preponderância do dinamismo patriarcal sobre o matriarcal foi retirado o aspecto sagrado do feminino, ele foi rechaçado, associado ao demoníaco, ao pecado. Assim, a deusa deixou de ser venerada. A Igreja Católica separou o corpo da espiritualidade e tudo o que dizia respeito ao corpóreo estava passível de ser associado ao pecado e afastamento da religiosidade/ espiritualidade.
Praticamente, todas as deusas que representam o amor e a paixão possuíam um filho-amante, que devia ser sacrificado. Com isso, toda mulher deve sacrificar, abandonar esse aspecto do maternal, seja de viver única e exclusivamente para satisfazer os desejos de seu filho como de viver as realizações dele como se fossem suas. Mas um parceiro, um marido pode representar esse filho-amante. Se a mulher não faz tal sacrifício de renunciar o desejo de controle e poder do ego, nenhum dos dois poderá crescer, há um vínculo simbiótico de mútua dependência. Se o homem não se libertar da mãe ou mulher possessiva, será incapaz de manter um relacionamento maduro. É através da imagem arquetípica da prostituta sagrada que a mulher consegue compreender os atributos da deusa do amor. E cabe aqui lembrar que o arquétipo da Prostituta Sagrada, também, é uma parte da Anima do homem.
"A prostituta sagrada é a mulher humana que através de ritual formal ou de desenvolvimento psicológico, conseguiu conscientemente conhecer o lado espiritual do seu erotismo, e vive-o na prática, de acordo com suas circunstâncias individuais. " ( p.95).
Jung descreveu quatro estágios do desenvolvimento da Anima, porções femininas, que são análogos aos da Prostituta Sagrada:
1º estágio: EVA: no qual a anima manifesta sua energia biológica, instintual e sexual. Ela deseja o homem, mas um homem.
- 2º estágio: HELENA: no qual a anima utiliza-se da sedução, com beleza e graça, ela não é mais apenas um objeto sexual.
- 3º estágio: VIRGEM MARIA: implica na transcendência do físico e do sexual, onde há uma ligação com divino.
- 4º estágio: SOFIA: a sabedoria divina.
Referência Bibliográfica: Qualss-Corbett, Nancy. A Prostituta Sagrada, Editora Paulus.
1 comentários:
Convido-te a sentir a magia da minha Errante Nota
quinta-feira, dezembro 13, 2007 2:42:00 PMOceano de mil contradições
Amar é uma batalha da emoção
Roubada ao sortilégio do vento
No gesto mágico de uma mão
Bom fim de semana
Doce beijo
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